As 10 bobagens mais comuns que as pessoas inteligentes cometem, de Arthur Freeman e Rose DeWolf
12:29:00As 10 bobagens mais comuns que as pessoas inteligentes cometem é um livro sobre padrões de pensamento. A partir da premissa de que os comportamentos são resultados de nossos pensamentos e da forma como lidamos com nossas reações emocionais, os autores exploram alguns "erros mentais" e explicam não só como estes se desenvolvem, mas como podemos transformar esses padrões que se mostram prejudiciais.
CAPÍTULO 1 - DEU BRANCO
A noção de “dar branco” seria relativa à circunstância em que a pessoa realiza condutas incompatíveis com as informações contidas em sua esfera de conhecimento, como se tivesse esquecido tudo o que sabe e que poderia ser aplicado naquela ocasião. Segundo os autores, nessas ocasiões “baseamos os nossos atos no pensamento emocional, não no raciocínio lógico” (p. 31). Nesse panorama, destaca-se que pessoas diferentes lidam de maneiras diferentes em cenários semelhantes, na medida em que encaram as ocorrências de acordo com suas perspectivas e seu limiar de estresse.
No tocante ao limiar de estresse, que se trata da capacidade de absorver situações estressantes, salienta-se que esse elemento é influenciado por fatores de vulnerabilidade, a exemplo de fome, solidão, dor. Portanto, é importante reconhecer a dimensão da influência desses aspectos, os quais podem ocasionar os erros de pensamento abordados no livro, bem como saber identificar tais erros a fim de superá-los. Nesse sentido, os autores propõem técnicas da terapia cognitiva para auxiliar na transformação de hábitos de pensar.
CAPÍTULO 2 - CATASTROFISMO
O catastrofismo seria uma outra denominação para o pensamento pessimista, ou seja, a ideia de que irão ocorrer as piores coisas, de que as situações terão as piores consequências. Essa perspectiva pode provocar não só sofrimentos desnecessários, decorrentes da antecipação de possíveis ocorrências ruins, mas a perda de oportunidades e a falta de capacidade de agir para lidar com o quadro que se apresenta. Assim, destaca-se a relevância de adotar um pensamento realista, de modo a considerar as diversas possibilidades, em detrimento se presumir resultados negativos, e de questionar pensamentos automáticos, a fim de apurar a verossimilhança dos fatores que conduziram a determinada conclusão precipitada.
Também são sugeridas as técnicas do “descatastrofismo”, consistente em analisar os pensamentos a partir da pior hipótese imaginada, a fim de conferir se sua ocorrência se mostra possível ou provável com base nos elementos fáticos, e do questionamento das evidências. Há, ainda, as estratégias de anotar os pensamentos para melhor compreender o raciocínio desenvolvido; imaginar-se com a tarefa de convencer alguém de que existem outros cenários possíveis; e colocar em dúvida a conclusão precipitada, tendo em vista a ausência de indícios concretos.
CAPÍTULO 3 - TELEPATIA
Refere-se à ideia de que é possível presumir o que os outros estão pensando e de que os outros também são capazes de fazê-lo, de maneira que devem saber o que pensamos - e agir de acordo - ainda que nossos pensamentos não tenham sido verbalizados. Embora por vezes seja de fato possível depreender pensamentos de terceiros a partir do conhecimento prévio acerca dos comportamentos, opiniões e gostos de alguém, notadamente quando se trata de uma pessoa próxima, ou mesmo a partir de determinados sinais demonstrados pelo outro, não há que se falar em uma presunção absoluta.
Nesse viés, destaca-se a ocorrência frequente de erros de interpretação em razão de suposições sobre o pensamento alheio com base no que nós pensaríamos na situação ou imaginamos que irá acontecer ou desejamos que aconteça, em comportamentos passados ou mesmo em dados insuficientes. De acordo com os autores, é difícil abandonar esse padrão de pensamento porque parar de tentar adivinhar o que os outros pensam implica assumir mais riscos e, consequentemente, tornar-se mais vulnerável às reações do outro.
Para trabalhar essa questão, recomenda-se que, ao começar a sofrer os efeitos de um pensamento do outro que sequer foi comunicado, a pessoa questione se realmente sabe o que o outro está pensando ou apenas está tentando fazer telepatia, bem assim se as premissas que está utilizando possuem fundamento ou se mostram plausíveis, a partir da delimitação de opções de pensamento, sentimento e ação. Outras sugestões são tentar verificar a veracidade da sua conclusão sobre o pensamento do outro, desenvolver imagens substitutas, expressar o que pensa e reconhecer os próprios pensamentos.
CAPÍTULO 4 - MANIA DE PERSEGUIÇÃO
Refere-se à interpretação feita pela pessoa de que comentários e comportamentos de terceiros são sempre a ela direcionados, como espécies de ataques (a ideia de “levar tudo para o lado pessoal”). Conforme os autores, trata-se de um erro comum no âmbito da relação com os filhos e outras pessoas próximas, bem como do trânsito e se intensifica quando ocorre uma “sucessão de infortúnios”. Esse tipo de pensamento pode ocasionar sofrimentos desnecessários e prolongar sentimentos negativos, como raiva e culpa, além de provocar a perda de oportunidades devido ao medo da rejeição e dificultar a compreensão de perspectivas diversas.
Nesse contexto, destaca-se a importância de não reagir de forma automática. Assim, as sugestões são analisar bem a situação para apurar outras explicações possíveis para o comentário ou atitude, que não uma ofensa pessoal, e refletir sobre o que pode ser feito para lidar com a eventual crítica.
CAPÍTULO 5 - ACREDITAR EM TUDO QUE O SEU ASSESSOR DE IMPRENSA DIZ
Os autores utilizam a figura do assessor de imprensa para se referir às declarações super positivas sobre determinada pessoa. Nesse sentido, o erro em tela diz respeito à circunstância em que o sujeito tem uma postura excessivamente otimista (“otimismo incorrigível”), a qual pode provocar problemas, a exemplo da crença de que o êxito em uma área específica significa o mesmo sucesso em qualquer área escolhida, ou de que não é preciso mais se esforçar quando alcançado o reconhecimento, e da dificuldade de assumir a responsabilidade pelos próprios atos em virtude de uma suposta superioridade.
Como “assessores de imprensa”, citam-se a mãe e amigos, pessoas com interesse em um determinado resultado ou mesmo que querem apenas motivar, subordinados e superiores, questões de hábito e religião e o “assessor de imprensa interior”. Para lidar com esse erro, sugere-se efetuar um teste de realidade, isto é, questionar-se acerca das vantagens e desvantagens de uma conduta, como também do que foi feito para aumentar as chances de êxito, em detrimento de meramente focar em pensamentos positivos; ter flexibilidade para seguir diferentes direções; avaliar a condição de quem faz as declarações excessivamente otimistas (qual o seu conhecimento sobre a situação, por exemplo) e eventuais aspectos negativos; atribuir culpas e responsabilidades.
CAPÍTULO 6 - LEVAR CRÍTICAS MUITO A SÉRIO
O erro em questão se opõe ao abordado no capítulo anterior, porquanto se trata de focar tão somente em aspectos negativos. Nesse caso, a pessoa percebe as críticas como comentários negativos sobre ela e, por conseguinte, reage com sentimentos negativos. Essa reação está relacionada ao nível de sensibilidade do sujeito e ao grau de autoconfiança que possui nas diferentes áreas da sua vida. Consoante os autores, essa sensibilidade a críticas tem origem ainda na infância, haja vista que “a mensagem que transmitimos o tempo todo aos pequenos é que, para convivermos bem, é preciso aceitar, absorver e acolher toda e qualquer crítica sem questionar” (p. 132).
Desse modo, ressalta-se a relevância de questionar as críticas, a fim de identificar aquelas que merecem atenção. Essa prática deve ocorrer por intermédio de um processo de filtragem e relativização, o qual envolve avaliar a credibilidade e o nível de conhecimento do autor da crítica (perguntar “quem disse?”), bem como se esta é eivada de preconceitos e tendenciosidade. Também é importante questionar nosso próprio crítico interno, mediante uma análise da existência de indícios concretos que fundamentam a crítica, o que pode se dar a partir do compartilhamento de experiências com outras pessoas.
Nesse campo, destaca-se a necessidade de focar no conteúdo do que foi dito pelo crítico, em detrimento das emoções causadas por determinada afirmação e das críticas que comumente acrescentamos a ela, de maneira a apurar se a crítica é construtiva ou não. Para lidar com as críticas, os autores recomendam refletir antes de responder a elas e reconhecer que é possível rejeitá-las, total ou parcialmente, minimizá-las ou aproveitá-las. Basicamente, enfatiza-se a importância de receber as críticas com cautela, pois “O erro está em acreditar em todas - ou rejeitar todas - sem parar para refletir a respeito, sem sequer questionar o conhecimento de causa do crítico, sua motivação, o conteúdo da crítica ou seu valor” (p. 147).
CAPÍTULO 7 - PERFECCIONISMO
Embora a busca pela perfeição possa ter efeitos positivos, no sentido de ensejar a utilização de todo o potencial do sujeito com vistas à obtenção do melhor resultado, muitas vezes seus efeitos são negativos, visto que pode se apresentar como uma pressão e exigência excessiva quanto o às próprias capacidades. Nesse quadro, é apresentado o conceito da “síndrome do tudo ou nada”, segundo o qual “Se concluímos que não dá para chegar à perfeição, nem há por que tentar; talvez seja até melhor não fazer nada” (p.153).
Por conseguinte, faz-se necessário observar se o comportamento perfeccionista tem sido benéfico ou prejudicial. No segundo caso, sugere-se a reflexão acerca das razões pelas quais foram definidos determinados parâmetros para nossa ideia de “perfeição pessoal” e a flexibilização desse padrão, considerando o que se mostra mais adequado em face das circunstâncias de cada ocasião (por exemplo, prestar por meio de um bilhete uma informação solicitada, como resposta imediata, em vez de enviar uma correspondência) e os métodos adotados por outras pessoas.
CAPÍTULO 8 - MANIA DE COMPARAÇÃO
Assim como no que diz respeito à busca por perfeição, a comparação pode ser positiva, quando usada a fim de avaliar e contextualizar situações, bem como para solucionar demandas. Entretanto, quando empregada de forma excessiva e com relação a questões pessoais, especialmente com uma conotação negativa, pode representar um problema para o sujeito. Nesse viés, a comparação com os outros, com a visão sobre o nosso eu do passado e com sonhos passados não concretizados pode ser prejudicial. Do mesmo modo, a internalização de comparações negativas feitas por terceiros se mostra como um padrão ruim. Portanto, destaca-se a necessidade de a pessoa observar como lida com sua capacidade de comparação, para que esta não seja transmutada de um fator de motivação em um fator de desestímulo, o que envolve o significado atribuído às comparações feitas.
Nessa perspectiva, os autores recomendam que a pessoa faça os seguintes questionamentos: o que estamos comparando? Qual o grau de precisão da comparação em pauta? Será que não estamos tirando conclusões a respeito da vida do outro com base num único fato de que temos certeza? Ao fazermos as nossas comparações, costumamos ressaltar todos os aspectos positivos do outro lado e ignorar o que há de positivo no nosso ou enumeramos de maneira justa os aspectos negativos dos dois lados da comparação? Será que não estamos confundindo “chegar lá” com “estar lá”? Outras sugestões são questionar o impacto da constatação de que determinada comparação é verídica ou do que se está disposto a abrir mão para superar a posição negativa em tal comparação.
CAPÍTULO 9 - PENSAMENTO CONDICIONAL “E SE…?”
Trata-se de um tipo de pensamento semelhante ao catastrofismo, uma vez que envolve preocupações com possíveis acontecimentos ruins. Segundo os autores, a diferença entre esses dois padrões consiste no fato de que no pensamento condicional não há uma crença de que o pior aconteceu, mas de que o pior poderia ter acontecido. Nesse contexto, o sujeito evita determinadas situações e se torna vulnerável diante de questões reais, pois foca nos possíveis resultados negativos.
Tal como se verifica com outros modos de pensamento, este pode ser utilizado de maneira positiva, quando a pessoa procura prevenir intercorrências prováveis em detrimento de apenas antecipar preocupações mesmo com coisas que têm poucas chances de ocorrer. Assim, salienta-se a relevância de questionar as hipóteses imaginadas a partir dos elementos fáticos existentes, a fim de que a preocupação deixe de ser automática. Outras estratégias apresentadas são a distração, isto é, focar em outros pensamentos ou situações, inclusive por meio de técnicas de relaxamento, e até o planejamento de momentos específicos para se preocupar (incluir na agenda um horário para a preocupação, de modo que ela não se manifeste em todos os momentos do dia).
CAPÍTULO 10 - DEVE-SER-ASSIM
A ideia de dever pode constituir um erro mental quando empregada para se referir a noções muito rígidas de certo ou errado, no sentido de considerar determinados comportamentos ou sentimentos como os únicos aceitáveis, como espécies de obrigações e respostas automáticas a situações. Esses condicionamentos podem ser prejudiciais quando conduzem a uma sensação de culpa ou provocam ansiedade por não ter sido adotada uma conduta específica, por exemplo.
Desse modo, os autores recomendam refletir sobre cada uma dessas práticas tidas como obrigatórias a partir de crenças e valores particulares e identificar possibilidades de flexibilizá-las, de acordo com as circunstâncias que se apresentam. Nesse processo, uma estratégia apontada é listar os prós e contras das consequências de definir ou não determinado comportamento como uma obrigação. Ademais, ressalta-se a importância de não focar no passado, quando adotada uma conduta diversa daquela concebida inicialmente como dever, a fim de não ocupar a mente com meras ruminações em detrimento de construir aprendizados e planejar projetos para o futuro.
CAPÍTULO 11 - O VÍCIO “SIM, MAS…”
Trata-se de um raciocínio em que se reconhecem os aspectos positivos e negativos de determinada situação, o que se torna um problema quando o fator negativo é pontuado de maneira a minimizar ou anular a possibilidade de satisfação ocasionada pelos fatores positivos. Conforme os autores, “Às vezes, é usado com o objetivo de solapar a nossa própria capacidade ou para asseverar nossa influência sobre outrem, na medida em que encontra um modo de dirimir eventuais elementos favoráveis da vida da pessoa” (p. 228).
Esse discurso pode ser usado, também, como uma espécie de defesa quando a pessoa não se sente no direito de dizer não e acaba por não realizar da forma esperada aquilo a que se comprometeu. A título de exemplo, menciona-se o caso em que um funcionário se dispõe a atender as demandas apresentadas por três de seus superiores e não consegue concluí-las no prazo estipulado (o raciocínio seria “Sim, mas eu tentei terminar tudo a tempo”). São expostos diversos usos do “sim, mas…”, os quais teriam como objetivos “nos proteger de algo ou alguém mais poderoso que nós, evitar um confronto que comprovaria a nossa impotência, servir como desculpa para uma falta de força ou substituir uma autoridade real por uma modalidade mesquinha de poder” (p. 233).
Para lidar com esse tipo de pensamento, sublinha-se a necessidade de identificar a frequência com que ele se manifesta e o seu real propósito. As sugestões dos autores são transformar o “sim, mas” em “sim e”, no sentido de substituir a ênfase nos motivos pelos quais se deveria desistir de determinada coisa pela percepção de tais aspectos como desafios a serem superados; agir de forma a reverter os fatores negativos; buscar valorizar mais os aspectos positivos; e aprender a dizer não para os outros.
CAPÍTULO 12 - COMO ATIVAR OS SEUS PONTOS FORTES
Nesse capítulo, são explicadas 18 técnicas cognitivas:
1. Determinação do significado
Trata-se de delimitar precisamente o significado que atribuímos às palavras e aos comportamentos, com vistas a transmitir nossos pensamentos de forma mais clara para os outros e até para nós mesmos, como um meio para evitar reações emocionais infundadas que provocam sofrimento.
“[...] o primeiro passo para lidar com qualquer palavra ou acontecimento que provoque uma reação emocional é parar e perguntar-se: ‘O que exatamente está passando pela minha cabeça? Qual o significado dessas ideias? Como estou interpretando esse acontecimento? Que significado estou atribuindo a esse evento na minha vida?’” (p. 246).
2. Questionamento das evidências
Ao apresentarmos alguma conclusão que implica uma reação emocional (irritação, ansiedade, culpa), recomenda-se identificar os fatos em que esta se baseou e verificar se os indícios são confiáveis ou se existem outras explicações possíveis para a situação em questão.
“É mais provável que encarar as coisas pelo lado positivo nos ajude a questionar as evidências do que adotar um ponto de vista negativo. E, quando questionamos as evidências, sofremos menos” (p. 248).
3. Atribuição de responsabilidades
Destaca-se a importância de “distribuir a culpa”, no sentido de identificar a quem cabe a responsabilidade por cada circunstância que compõe o quadro causador da reação emocional, considerando os fatos passados e aquilo que enseja a manutenção do sentimento negativo.
“As contribuições podem não ser iguais. Você pode ter sofrido danos terríveis. A menos, porém, que você esteja trancafiado numa cela e impossibilitado de escapar, é você o responsável pela sua situação agora. Mesmo que não dê para você reparar a sua vida inteira, pelo menos um pedaço dela você pode consertar” (p. 250).
4. Descatastrofismo
Quando pensamos que estamos diante de um desastre em nossa vida, é válido questionar qual seria a pior coisa que poderia acontecer naquele cenário e avaliar as evidências.
“Quase sempre basta nos forçarmos a parar para analisar com clareza o que está nos passando pela cabeça e questionar qual a probabilidade real de aquilo acontecer para reconhecermos o exagero em que estamos incorrendo” (p. 252).
5. Desenvolvimento de opções de pensamento
6. Desenvolvimento de opções de sentimento
7. Desenvolvimento de opções de ação
Trata-se de buscar diferentes perspectivas e explicações para a circunstância que nos provoca determinada reação emocional, de maneira a perceber que existem alternativas para lidar com a situação.
“[...] nossos sentimentos mudam à medida que muda aquilo que pensamos - e que o modo como nos sentimos afeta os nossos atos. Portanto, podemos usar a nossa capacidade de raciocínio para mudar os nossos sentimentos e atitudes” (p. 253).
8. Comparação de prós e contras
Ao precisar fazer uma escolha, é interessante listar por escrito as vantagens e desvantagens de cada opção, como também atribuir uma nota (por exemplo, de 0 a 5) para cada vantagem e desvantagem, de modo a considerar os diferentes aspectos envolvidos e o valor desses fatores.
“Fica mais fácil aceitar determinada decisão quando fazemos uma escolha consciente, baseada em prós e contras, em vez de ficarmos com a sensação de que nossa vida nos foi impingida de alguma forma. Os psicólogos usam a expressão auto-eficácia para descrever esse fenômeno. Quando temos a convicção de que este é o melhor caminho dentro das atuais circunstâncias, temos mais chances de aproveitá-lo ao máximo” (p. 255).
9. Nomeação dos erros
Com base na classificação feita pelos autores, sugere-se nomear os erros que costumamos cometer. Assim, quando apresentamos alguma reação emocional, é interessante parar para identificar o padrão de pensamento que está se manifestando, a fim de reconhecer que se trata de um erro e aplicar as técnicas adequadas para lidar com ele.
10. E daí?
A ideia é delimitar as etapas anteriores à conclusão que nos causa sofrimento, de maneira a verificar a possibilidade de que determinadas hipóteses aconteçam e confirmar ou não os pensamentos automáticos e tentar perceber alternativas. Por exemplo, quando a pessoa se atrasa para uma reunião e conclui que irá perder o emprego. Com a técnica em tela, o raciocínio a ser desenvolvido deve considerar todas as etapas entre o atraso e a possível demissão.
11. Super-exagero
Exagerar as consequências negativas de uma situação que já tratamos como negativa seria uma forma de perceber que a circunstância não é tão ruim assim.
“O superexagero pode nos ajudar a encarar as coisas de maneira mais realista, já que, quando colocamos a ênfase no nunca ou no sempre e não permitimos um desvio bem de um milímetro sequer, conseguimos perceber que se trata de um exagero, que a situação não está tão ruim ou desesperada assim. Uma vez expresso o problema nos piores termos possíveis, podemos proceder ao descatastrofismo e à verificação das evidências” (p. 258).
12. Atribuição de notas de 1 a 10
Trata-se de estabelecer uma escala de 1 a 10, considerando como pontos de referência problemas já enfrentados, consoante seu grau de dificuldade. Desse modo, ao se deparar com uma situação complicada, empregar tal parâmetro pode ajudar a perceber que circunstâncias mais difíceis já foram enfrentadas.
“Se, ao classificarmos o que estamos passando agora numa escala de 1 a 10, percebemos que já sobrevivemos a desgraças maiores no passado, ficaremos mais confiantes na nossa capacidade de sobreviver agora” (p. 259).
13. Uso das adversidades a seu favor
Ao vivenciar uma situação difícil, é importante encará-la como uma experiência e refletir sobre os aprendizados que podem ser extraídos dela, de maneira a transformá-la em uma vantagem.
14. Criação de imagens substitutas
Imaginar situações de êxito pode contribuir para o sucesso em nossas pretensões.
“Há quem conteste: ‘Mas isso é fantasia.’ Sim, de fato. Mas imaginar o fracasso também é. Qualquer coisa que pensemos neste momento e que não esteja acontecendo de verdade é uma fantasia. Então, por que não imaginar o sucesso e visualizar cenas de êxito em vez de antever o fracasso e uma sucessão de desastres?” (p. 261).
15. Ensaio de imagens positivas
Em complementação à técnica anterior, esta consiste em mentalizar uma determinada imagem de êxito algumas vezes por dia, como uma espécie de prática mental de um determinado comportamento.
16. Auto-instrução
Quando pretendemos realizar alguma atividade, pode ser interessante elaborar uma lista com instruções específicas, a fim de dividir o processo em etapas menores e, assim, facilitar o alcance do objetivo.
17. Auto-distração
Refere-se à interrupção de um padrão de pensamento que provoca uma reação emocional negativa. A ideia é evocar um novo pensamento, uma imagem de sucesso ou mesmo técnicas de relaxamento.
“Quando as imagens em exibição na sua tela interna o estiverem puxando para baixo, mude de canal” (p. 263).
18. Bancando o advogado de defesa
Essa técnica tem como finalidade reconhecer as circunstâncias que nos levam a cometer erros, em detrimento de apenas nos culparmos por não termos lidado bem com determinada situação.
“O que acontece é que nós nos levamos a julgamento e desempenhamos todos os papeis do tribunal, menos um: somos o réu, a acusação, o jurado, o juiz - não temos a menor chance. Todavia, falta nesse julgamento um advogado de defesa, cujo papel consiste tão somente em assinalar eventuais atenuantes” (p. 265).
CAPÍTULO 13 - ALÉM DA COMPREENSÃO
Os autores ressaltam a importância de não só compreender os padrões de pensamento e a sua influência sobre nossos sentimentos e comportamentos, mas aplicar as estratégias que nos permitem modificar tais padrões. Nesse capítulo, são abordadas 7 técnicas comportamentais:
1. Administração do tempo
Fazer um planejamento das nossas atividades por escrito pode nos ajudar a identificar situações que consomem o nosso tempo e energia de forma desnecessária (a exemplo de preocupações e frequentes questionamentos sobre a adequação de nossas decisões). Assim, recomenda-se delimitar um horário específico para tais demandas (mesmo para se preocupar), com vistas a abrir espaço na agenda para atividades mais positivas para nosso desenvolvimento pessoal.
2. Planejamento de experiências de aprimoramento e prazer
A ideia é incluir na agenda atividades que contribuam para a prática de determinadas habilidades que gostaríamos de desenvolver, bem como tarefas que gostamos (por exemplo, ir ao cinema) e em que já possuímos um bom desempenho, a fim de estimular nossa autoestima.
3. Resolução de problemas
Recomenda-se identificar o que é necessário para resolver o problema, em detrimento de questionar se é possível resolvê-lo, e procurar pessoas que já enfrentaram situações semelhantes.
4. Divisão de objetivos em etapas menores
Estabelecer pequenas metas para a consecução de um objetivo maior pode ajudar, pois a sensação de êxito no cumprimento de tais tarefas mais específicas estimula a busca pela concretização do resultado final.
5. Representação de cenas
A partir da premissa de que sempre representamos papeis, a exemplo da demonstração de seriedade perante uma criança para impor disciplina mesmo quando a situação é engraçada, os autores sugerem que a pessoa represente papeis de perfis que gostaria de ter (basicamente, fingindo que é daquela determinada maneira). Por exemplo, alguém mais confiante.
6. Experimentar novos comportamentos
Tal como a sugestão de representar um papel, a ideia é praticar atitudes que correspondam às características almejadas pelo sujeito.
7. Relaxamento
Sugere-se focar em alguma coisa que induza a pessoa ao relaxamento, de modo a afastar os pensamentos que provocam reações emocionais negativas. Assim, são citados como exemplos as práticas de ouvir uma música, visualizar um lugar tranquilo, meditar.
CAPÍTULO 14 - VIVA MELHOR
Em conclusão, os autores reiteram que nossas reações emocionais são consequências de nossos pensamentos, razão pela qual precisamos aprender a identificar os padrões mentais abordados no livro e, sobretudo, aplicar as técnicas terapêuticas apresentadas.
Minha Estante #125
Título: As 10 bobagens mais comuns que as pessoas inteligentes cometem
Autor (a): Arthur Freeman e Rose DeWolf
Páginas: 312
Editora: Guarda-Chuva
Nota: 4/5
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